O financiamento das instituições Cristãs – Uma questão de utilidade pública

Frequento o cristianismo desde meus quatro anos. Minha família é religiosa desde antes de o mundo me abrir as portas, há muito tempo questiono a obrigatoriedade, utilidade, necessidade e as abordagens pastoris referente ao financiamento da instituição mediante captação de recursos dos fiéis.

Nesse artigo escreverei sobre a lei do dizimo apresentando um contexto histórico com base bíblica, falarei sobre a captação e o porquê da captação dizímica no velho testamento e as mudanças apresentadas pelo novo testamento e abordarei a questão das igrejas que adotam a prática de dar ou pagar dízimos.

Ao começar minha exposição afirmo:

- não existe dizimo na lei do novo testamento;

- nenhum pastor pode pegar em dízimos;

- as igrejas que recebem financiamento através de recolhimento de dízimos são mentirosas e agem por ignorância bíblica;

- não existe nenhuma menção bíblica sobre recolhimento de dízimos por gentios a não ser Melquisedeque na Mesopotâmia;

- e por fim, se uma determinada pessoa pega ou recolhe dízimos com base na lei do testamento anterior, deve também cumprir toda a lei.

É inconcebível que uma igreja enriqueça mediante mentiras, inverdades e distorções referente ao livro sagrado. São mentirosos, iníquos e verdadeiros lobos devoradores os ministros que recolhem dízimos.

Não adianta tentar ou distorcer a palavra, pois a obra do inferno não prevalecerá, todas as artimanhas satânicas cairão por terra pelo poder do sangue de Jesus. O dizimo é uma artimanha maligna para esvaziar as igrejas e impedir que almas acheguem ao poder do evangelho.

Mas antes de apresentar a era contemporânea, vamos entender e analisar os fatos.

A história do Dizimo

Mesopotâmia

Abraão

A primeira menção de recolhimento de dízimos na bíblia acontece no livro do Genesis (cap 14) após a batalha de Abraão contra cinco reis. Abraão vence a batalha e recolhe uma determinada quantia dos despojos que dessa riqueza ele, ao encontrar com Melquisedeque, sacerdote e rei em Salém que viria a ser Jerusalém após aproximadamente 800 anos, dizima.

É interessante que Melquisedeque não pede nem obriga Abraão a dar os Dizimos, ele deu de vontade livre e espontânea, outro detalhe é que a bíblia menciona uma única oferta de dizimos, isso pode afirmar que a doação dizimica não era com certa freqüência e regularidade e se o era, não tinha tanta importância dizimar, pois só foi mencionado uma vez.

O dizimo não foi instituído pelo Javismo, mas pelas religiões da mesopotâmia, então dizimar é uma prática pagã reformulada por deus na Lei ou Torá, era uma atividade corrente nas religiões da época(Sumérios/4000 a.C) e Abraão por formar-se religiosamente na Mesopotâmia, ofertou dízimos.

Outro dado interessante é que Abraão não vivia leis mosaicas, ele é pai de Moisés.

Isso nos diz que nós, também sem lei, podemos ofertar dízimos, porém, não há obrigatoriedade e todas as menções dizimicas da bíblia não se referem a nós gentios, mas exporei no momento oportuno.

Isaque

Nunca nos perguntamos por que Abraão e Jacob oferecem dizimos, mas Isaque não ofereceu dizimos. Os lideres religiosos abortam esse fato.

Isaque nasce fora de uma sociedade, povo ou nação. Abraão já havia adotado a vida nômade, dessa forma Isaque não presencia a rigorosidade da vida onde se tem que “conviver”. Essa conjuntura social é patriarcal e sendo Isaque o filho da velhice do patriarca, teria menos leis e mais caprichos. A história de Isaque é bela e até na velhice ele se mostra jovial, um menino crescido que nos dá uma figura simbólica que tipifica Jesus, do novo testamento, no velho. Isaque, nessa linha da exposição chega a quase ser sacrificado, porém em outro artigo poderei discorrer sobre esse assunto, mas Isaque não é mensionado sobre doações de dizimos, não digo que não tenha ofertado dizimos, oque digo é que havia coisas mais importantes a pontuar que os seus dizimos, por isso a bíblia não relata.

Não declaro com isso que Isaque não tenha contribuído dízimos, relato que a bíblia não relata e se o fora, não houve sacerdote Javista para recolhe-lo.

Jacob

 Na terceira geração de Abraão e ainda numa vida sem lei, Jacob oferece dízimos.

Jacob, após receber a benção da primogenitura, foge amedrontado por ter roubado a Esaú, seu irmão; a caminho a Berseba, Jacob dorme e vê uma escada que o topo tocava os céus e a base da escada tocava a terra; deus profetiza sobre Jacob e confirma a conquista de Canaã. Jacob, maravilhado pela benção de deus faz um voto de dízimos; Jacob oferta o dizimo de tudo quanto conseguiu na terra de parentes de seu pai. Analisando a bíblia pode-se concluir que Jacob ofertou do que conseguiu de Labão, dessa forma Jacob ofertou dízimos durante um tempo, não a vida toda, a menos que tenha feito outro voto.

Nesse caso especifico, Jacob fez um voto com deus, ele não foi submetido a nenhum pedido de dizimos, Jacob ofertou dizimos por espontânea vontade livre e não há na bíblia mensão de quem recolheu esses dizimos. Não havia igreja nem sacerdote Javista a não serem os templos da mesopotâmia. E também pode ser que nem tenha cumprido.

A história de Jacob prova que podemos fazer votos em dizimos como metas a alcançar e oferta-los como sinal de devoção e agradecimento por graças recebidas,( Deuteronômio 23:21

“v 21 - Quando fizeres algum voto ao SENHOR teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o SENHOR teu Deus certamente o requererá de ti, e em ti haverá pecado. 22 - Porém, abstendo-te de votar, não haverá pecado em ti. 23 - O que saiu dos teus lábios guardarás, e cumprirás, tal como voluntariamente votaste ao SENHOR teu Deus, declarando-o pela tua boca.”

Usar o dizimo de Jacob para justificar mentiras e distorções bíblicas e para encher o “borná” dos pastores, é inconcebível e inaceitável!

Moisés

O dizimo é instituído como lei javista por deus através das tábuas e de Moisés, antes de Moisés não havia lei referente a recolhimento de dizimos, deus o institui, isso não prova que devamos contribuir em forma de dizimos, mas reflete um contexto social diferente do nosso atual.

Mas vamos a fatos!

José, que não deu dízimos, termina sua formação cognitiva no Egito, isso pelo fato de ter sido vendido como escravo por seus irmãos, pela obra de deus, chega a ser o governador do Egito e representante financeiro do Faraó. Em uma grande seca que assolou a mesopotâmia Jacob e sua família passam a habitar no Egito; durante duzentos anos ficam no Egito e uma família se transforma em um grande povo.

No Egito o povo de Israel absorve o conhecimento da ciência e dos costumes egípcios, de certa forma a forma, houve um sincretismo da visão de mundo pela ótica egípcia e de Moisés.

Moisés nasceu e cresceu com os egípcios e foi educado pelos egípcios, porém toma conhecimento de alguns vestígios do pensamento e da religião que sobreviveu ao choque cultural.

Ao matar um egípcio e descoberto por judeus, Moises foge para a terra de Midiã, um descendente de Abraão, ou seja, parente de Jacob, Israel. Em Midiã, convive com Jetro, sacerdote midianita. No deserto é formada a visão e postura religiosa de Moisés que, preparado, é comissionado por deus a libertar o povo de Israel.

Ao fim da ultima catástrofe divina no Egito ( a morte dos primogênitos) o povo de Israel dá inicio ao êxodo.

Antes de começar a jornada após passarem o mar vermelho, o povo judeu recebe a lei, o sacerdócio e o tabernáculo. A lei está distribuída pelo Deuteronômio, parte do Números e no Levitico, na Torá está a lei do dizimo.

Após o dizimo de Jacob a próxima menção de dizimos é no livro de Levitico(cap. 27 ver 30) e essa lei é que desse o dizimo de tudo, mas isso não prova que as igrejas devam recolher dizimos.

A lei do dizimo é distribuída no Pentateuco pelos três últimos livros e pra entendê-la faz-se necessário que a veja em totalidade, a lei é fácil e clara, os lideres que a distorcem.

Nesse momento destacarei alguns tópicos e apresentarei alguns detalhes sobre a lei dos dízimos, lançarei todas as referencias na lei de Moisés, além de pontuar onde os pastores distorcem para sua própria condenação:

 - para sustento do pobre, da viúva, do estrangeiro e dos órfãos (Dt – 14);

- dado todo ano, dois anos em Jerusalém um na casa do ofertante (Dt – 14);

- do dizimo ofertado ao levita tirava-se o dizimo do dizimo que era para o sumo sacerdote;

- era total, de todas as poces;

- dez nem mais e nem menos;

 -comido durante a festa (Dt – 12);

- durante a festa era gasto em tudo o que desejar o ofertante(Dt – 14);

- entregue durante a festa de pentecostes seguido do holocausto e libações do holocausto(Dt 12);

 Dizimo ao levita

Abraão recebeu de deus a terra de Canaã e essa terra passou por herança pelos filhos de Israel até o êxodo. A tribo de Levi na partilha da terra não recebeu herança material, porém, eles representariam o povo a deus, apresentariam o sacrifício e as ofertas, ou seja, seriam intermediários entre deus e os homens(eram, pode-se dizer a elo de ligação entre deus e os homens tipificado pelo véu), deles saiam os sacerdotes e os sumos sacerdotes. Os dízimos foram dados aos levitas para sustento e financiamento das famílias que trabalhavam na obra, ou seja, no tabernáculo ou no templo é uma oferta dos homens a deus.

O dizimo é uma “oferta santa ao senhor” lev. cap27 ver 32. Ninguem poderia tocar em dízimos além dos levitas.

Suprimento de Desigualdades Sociais

Yawé projetou uma nação santa e escolheu da terra um homem santo e justo e principalmente sincero, Abraão; de Abraão surgiu o povo Judeu ou Israelita. Deus sempre aboliu a iniquidade que vem a ser a falta de equidade entre o povo de deus, dessa forma deus não admite que pessoas de seu povo sofram privações e necessidades. O dizimo era um artifício para diminuir as desigualdades, quem necessitasse de alimento ia à “Casa do Tesouro” ou casa do dinheiro e seriam supridas suas necessidades. Também na festa do pentecostes esse dinheiro era para suprimento do levita, do pobre e da viúva que não tinham posses para apresentar e festejar a alegria da colheita.

O lugar de entrega do dizimo

Dt. 14 ver 23

Um lugar fora escolhido por deus para oferecimento de todas as ofertas e sacrifícios. Primeiro o tabernáculo, que não possuía lugar fixo, era itinerante e no reinado de Salomão foi construído o Templo que era sobre o monte Moriá (Javé provê) em Jerusalém e para lá todos peregrinavam para entregar os dízimos e as ofertas.

Quando era entregue os dízimos

Dt. 14 ver 28

O dízimo era entregue a cada ano na festa de Pentecostes em Jerusalém e os Judeus ajuntavam todas as colheitas e tiravam o dizimo e apresentavam a deus e dele comiam o levita e os pobres durante a festa no dia seis de SIVA cinqüenta dias após a Páscoa. No terceiro ano era o ano dos dízimos, nesse ano a oferta era apresentada na cidade do ofertante.

O dizimo dos dízimos

Num 18 ver25

Os levitas davam o dizimo de todos os dízimos que recebiam ao sumo sacerdote e o sumo sacerdote tirava uma parte e entregava em oferta a deus.

Herança

Os levitas administravam a obra de deus entre os judeus, desde as musicas cantadas até a limpeza e segurança do templo, porém eles não possuíam herança, eles não tinham posses alguma.

Dizimo no Novo Testamento

Não existe nenhuma lei de dizimo no novo testamento, as únicas menções de dizimos no novo testamento são somente na carta Aos Hebreus, destaco o fato de que o novo testamento começa com o “está consumado” Jo 19. v30, Paulo aborda na carta a vida sacerdotal e ministerial dos judeus com clareza.

Em Aos Hebreus, Paulo destaca a fraqueza da Lei em relação ao Testamento de Cristo. Ele coloca que o Cristo está acima de todos os que viveram na lei e destaca o sacerdócio de Cristo acima ao de Arão e que Jesus está acima de Melquisedeque. Referente propriamente a questão dos dízimos, Paulo relembra a figura de Melquisedeque, sacerdote e rei de Salem ou Jerusalém durante a Mesopotâmia que recebe o dizimo de Abraão e se Abraão lhe entrega dizimos quem seria os levitas para pedir dizimos a gentios?

O dízimo na lei era tomado por pessoas que morrem, pessoas que tomavam dizimos de seus irmãos por intermédio de Abraão e por intermédio do mesmo, deu dizimos a melquisedeque, porém, no sacerdócio de cristo que ainda vive não se toma dizimos.

O sacerdócio de Cristo não é terreno e por isso não recebe dizimos. Jesus no 23 de Mateus e v23 deixa claro que o mais importante é a fé a misericórdia e a justiça e para quê continuar dizimando de coisas mortas?

Afirmo categoricamente: não existe nenhuma menção de capitação de recursos por intermédio de dizimos no novo testamento! Quem souber ler veja Hebreus cap 7 e terá a exposição completa!

- nenhum pastor pode pegar dízimos;

O dizimo só podia ser tomado pelos levitas e os pastores não são levitas, são gentios que cometem as maiores atrocidades em relação a lei de Moisés e com qual ousadia recolhem dizimos?

- as igrejas que recebem financiamento através de recolhimento de dízimos são mentirosas e agem por ignorância bíblica;

Revendo toda exposição anterior, como podemos aceitar que uma determinada igreja nos fale de dízimos?

- Além de Melquisedeque não existe nenhuma menção bíblica sobre recolhimento de dízimos por gentios;

Os gentios não tinham nenhum direito em Israel, eles não podiam nem mesmo entrar no Tabernáculo nem no Templo, como eles se tornariam Levitas se não eram nem descendentes de Judeus e ainda mais pegar dizimos. Outro detalhe, quando o novo Testamento foi escrito não existia igreja como encontramos hoje, eles se reuniam em casas. Tremenda ignorância achar que eles pegavam em dizimos. A estrutura que encontramos hoje nas igrejas foi a partir da adoção cristã pelos Romanos que infiltra a organização política dos Romanos aos Romanos Universais que os reformadores copiaram nas Igrejas Protestantes.

- e por fim, se uma determinada pessoa pega ou recolhe dízimos com base na lei do testamento anterior, deve também cumprir toda a lei:

Em Deuteronômio, Moises discorre que o rei deveria escrever a lei e guardar a lei para cumpri-la toda, ou seja, se alguém deseja administrar com equidade deve atentar para a Lei inteira.

No capitulo 28 v 58, é destacado que todos deveriam ter cuidado de guardar toda a lei e dessa forma deus faria maravilhas entre o povo judeu.

No 29 v 29 também de Deuteronomio ele diz que deus revelou a lei para nós e para nossa descendência para que cumpramos.

Em 32 v46 ele deixa claro que eles tivessem cuidado de “cumprir todas as palavras dessa lei”, qual pastor cumpre toda a lei? Mas a lei dos dízimos faz força pra cumprir... É lamentável!

O Financiamento instituído no Novo Testamento

Hb 10 v5 - 8/Sl 40 v6: “Sacrificio e ofertas não quiseste, Mas corpo preparaste”; O Apóstolo São Paulo referente ao salário episcopal ele diz “ Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento ALGUM ao evangelho de Cristo” I Co 9 v12. E também, referente as ofertas “Cada um contribua segundo o seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Jesus ou Yashua

As profecias sobre Jesus no Antigo Testamento deixa claro sua pobreza, mesmo que tivesse linhagem real, porém Israel teve rei até o exílio Babilonico depois disso sempre passou por Impérios que não permitiam a formação do reinado Judaico, mas quem governava era o Sinédrio.

Jesus não assumiu o reinado em vida, mas torna-se rei dos reis ao ascender aos céus. Na terra Jesus viveu milhares de dificuldades financeiras além de viver com o modo de vida mais simples da época e entre o povo.

A morte de Jesus foi exemplo de riqueza e suntuosidade, porém ele mesmo não possuía fundo e riquezas pra financiar.

Jesus em vida faz trilhares de milagres que a bíblia não menciona, os mencionados são em totalidade aos pobres e ele mesmo afirma ter vindo aos doentes.

Em sua morte, Jesus valida um Novo Testamento no seu sangue e nesse testamento ele, Jesus não fala em dízimos.

Os Apóstolos continuam a palavra de Jesus e nenhum deles fala em dízimos aos não judeus e sobre dizimos, o terceiro templo construído por Herodes o Grande em 20 a.C não havia sido derrubado ainda, então ainda levitas recebiam doações dizimicas.

E por fim. Paulo só fala sobre dizimos quando discorre sobre a fraqueza da lei ecumprimento da lei e substituição pela graça.

Falar em dizimos na realidade atual é ser crucificador de Jesus e ignorante biblicamento. É querer “enricar” à custa de famílias pobres! É ser anti Crist[ã]o...  

Conclusão

Nunca obrigaria alguém a dar ou não dízimos, cada um faça das suas finanças como bem entender e a oferta é um ato de fé e consciência que cada um faça como propõe o seu coração, a sua razão e sua consciência.

Eu durante a minha vida visitei e estudei todas as igrejas que pude e em todas o discurso do dizimo é o mesmo, as únicas que não pedem ou obrigam a oferta em dízimos é a Cristã no Brasil e as Testemunhas de Jeová e afirmo, referente a este tema estão corretíssimos, ainda que destaque o fato de tropeçarem em outras virgulas da Palavra que não é o momento que discorra sobre, talvez em alguma outra postagem.

As igrejas que abordam essas mentiras usam como base o texto de Malaquias cap 3. Malaquias foi profeta durante o retorno judeu do cativeiro babilônico para Israel, além dele estão Zacarias e Ageu. Suas profecias aparecem à comunidade desse contexto histórico pelo fato de após o retorno, as tribos retornaram as suas terras, elas retornaram às posses de suas famílias. Malaquias ao lado de Esdras o Escriba e Neemias o Eunuco apresentam a necessidade de reforma do Templo destruído pelos babilônios (contexto apresentado nas profecias de Jeremias) e reforma das Muralhas. Malaquias discorre sobre a necessidade de ofertarem os dízimos porque os judeus ficam durante 70 anos no domínio gentio e lá, como não havia o oficio sacerdotal, não precisavam contribuir com dízimos e ao retornarem a Israel desacostumaram de ofertar dízimos e o profeta embebido do poder do Espírito profetiza sobre a necessidade de ofertarem dízimos. Mas o interessante é que as profecias de Malaquias são belíssimas e sobre diversos assuntos e principalmente, sobre os pecados que o povo de Israel cometeu antes do exílio, esses pecados foi a causa motriz de chegarem ao cativeiro, para que eles não os realizassem novamente.

Outro detalhe interessante é que o capitulo 2 (anterior ao 3/hehe) nunca é proferido principalmente os versículos 7, 8 e 9 (nos versículos anteriores ele faz uma profecia sobre possível distancia da Lei pelos sacerdotes e depois a boa postura de Levi) “Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do Senhor./ Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o Senhor dos Exércitos./ Por isso, também eu vos fiz desprezíveis  e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei” JFA.

As igrejas que recolhem dízimos não o fazem conforme a lei de Moises e lembram sempre Malaquias para justificar suas mentiras, mas não podemos nos esquecer que Malaquias foi profeta, ele não escreveu testamento e nunca poderia alterar a lei, ele podia sim lembrar e criticar construtivamente a postura dos que não estivessem de acordo com a Lei de Javé e o fez. Os anciãos que recolhem dízimos e o justificam por Malaquias o fazem por ignorância, preferem tomar o lembrete profético a deitar atenção a Lei.

Outro detalhe é que o dizimo no Testamento Antigo tinha uma função social da mesma forma que o fazemos com nossos impostos. A Casa do Tesouro teria recursos financeiros para suprir as necessidades dos pobres e das viúvas, dar subsídios ao estrangeiro e também sustentar os representantes eclesiásticos como acontece hoje. A igreja que recolhe dízimos deverá financiar os pobres em suas necessidades, mas isso não acontece, os dízimos são destinados a pagamento e confortos dos pastores e quando o fiel externa alguma necessidade são feitos arrecadamentos entre a comunidade religiosa que de bom grado monta uma cesta (bem) básica.

O dizimo, nas igrejas protestantes não é usado nem para financiar os missionários, eles pedem uma oferta a parte para esse departamento da instituição religiosa.

Quanto ao financiamento dos pobres numa exposição futura apresentarei mais detalhadamente, mas já lanço como base o texto paulino à Galácia no tópico 6 e verso 10 “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”.

Outro detalhe é que, em muitos casos o lider religioso age iniquamente em formar seu grupo de apoio dando mais atenção ao que dizima mais e prefere que os dízimos sejam depositados em envelopes com o nome do ofertante, isso para descobrirem o tamanho do salário dos fiéis.

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.” Efésios 4 v28.”

“Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.” Atos 28 v 31.

Meu desejo, do fund[ã]o do meu coração é que algum dia possamos adorar ao SUPREMO livremente e sem as amarras que os iníquos cismam em apresentar, o problema maior é que nossos Templos são “sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos mortos e de toda a imundícia” Mt. 23 v 27. Pastores, presbíteros, anciãos e todas essas nomenclaturas, quase em sua totalidade preferem estuprar a bíblia para privilegiar pessoas, afirmar costumes e proferir mentiras que o foco principal é encher seus bolsos e aumentar a almofada do sofá e a espuma do colchão.

Alguns ba[i]xareis em teologia que conheço preferem pular os textos bíblicos a expor as verdades que pisoteiam os calos próprios ou alheios.

É inadmissível que nossos profetas profetizem por dinheiro e posição social e títulos!

É inaceitável que nossos pastores se fartem com a pele das ovelhas, mas não curam suas feridas!

É inaceitável que os verdadeiros profetas não tenham oportunidade de falar dentro do Templo e precisem usar a porta (Jeremias o fez por que quisera).

É inaceitável que nós, conhecedores da Palavra e de Cristo tropecemos em pedras que até os Escribas e Fariseus tenham passado por cima!

É inaceitável aceitar as igrejas que temos!

É inaceitável que o queijo seja tão salgado! Ops, estamos falando de teologia não de gastronomia... foi mal aê.

“E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o oriente; e eles, virados para o oriente adoravam o sol.”Ez 8 v16

“E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.” Ap. 21 v 22.

Mas “enquanto isso, no lustre do castelo” nos contentemos com a mediocridade religiosa Téo[money]centrica escutando boas e “positive vibration” esperando que algum dia deixem de “matar nossos profetas” e pelo amor de JAH rezem e  “ajudem-me a cantar outra canção de liberdade” ( após lerem procurem “Redemption Song” de Bob Marley).