sexta-feira, 20 de julho de 2012

Abstrações sobre um simples e grande amontoado de matérias


Para ver o mundo, necessário é que abramos os olhos, porém, como fazê-lo envoltos por tantas ideias?
Na sociedade moderna a qual, hoje, denominamos contemporânea ou pós-moderna (fica a gosto do freguês) todos os homens em individualidade buscam uma “ideia”. O infortúnio está no momento que, sem meios de produção para aquisição de poder econômico para inclusão social, devemos nos submeter a vender nossa própria vida para que possamos continuar a viver. Ter uma ideia pode ser, na sociedade capitalista, a oportunidade de libertação total das amarras do escravismo medíocre para o liberalismo capital. A libertação de uma vida de total sujeição para infiltrar num cosmos superior de dominação e poder. Essa é a busca de todo Homem moderno.
As ideias! Ao buscar uma ideia, não nos questionamos que esta seja o reflexo de uma relação econômica que nos força a nos relacionarmos socialmente com os outros homens, esse duplo nos faz agir racionalmente e nossa razão, nos faz ter reflexões sobre o mundo material, assim, formamos em nosso cérebro uma série de abstrações que trazem o que chamamos de mundo.
O mundo que eu vejo, não é o mundo real, mas uma abstração criada por mim mesmo ao me relacionar com o mundo material. Esse mundo material não existe fora de mim. Não digo que ele não seja tocado ou sentido, porém, tocar e sentir são as portas e o estopim para as ideias. Elas são as sínteses do mundo material e essa síntese individual, coletiva e social me faz relacionar com o mundo material que é composto pelos homens, os objetos e os seres vivos em geral que nele vivem. As minhas ideias são reflexo do mundo material que me rodeia.
Dessa forma, pode-se dizer que tudo são abstrações! As relações de parentesco, a família, relações de amizade, relações de intercâmbio, religião, política, direito, pensamentos, sentimentos, etc. são abstrações! Nada do que penso é de fato o que é, mas são abstrações do que pode ser, porém, tudo que eu penso sobre o mundo, nada mais é que uma redução do que verdadeiramente é. É uma parte tomada de um todo, que para o meu intelecto, é o todo de todas as partes!
O mundo não existe, mas o que existe sou o eu. Através do eu, eu me relaciono com o mundo e, esse meu mundo, é um conjunto de incontáveis eu(s) a se relacionar nesse cosmos.
Todos pensamos que somos o mundo e que nossas ideias são as ideias do mundo, porém, em contato com o outro  percebo que o mundo que idealizo não é o mundo que toda a sociedade em que vivo idealiza. Percebo que o como eu vejo o mundo, não é a mesma forma que o outro o vê. Mesmo vivendo numa mesma sociedade e em contato com a mesma cultura e forma geral de ver o mundo, não tenho a mesma visão de mundo que meus semelhantes.
Vendo tudo isso, só posso dizer que tudo que vejo, são frutos de uma cabeça pensante que, diferente da maior parte, procura também pensar o que e por que eu penso. Assim, penso: por que eu penso de uma forma diferente de muitos e igual alguns poucos?
Tudo que existe no meu mundo são ideias de um possível mundo! O mundo que eu penso e idealizo não existe fora de mim, porém, existe pra mim e dentro de mim e, através desse mundo dentro de mim, posso me relacionar com a matéria e com os diversos mundos fora de mim e dentro de outros.
O mundo só existe dentro de um ser, pois o mundo é o ser. Fora do ser o mundo não existe, o que existe é a matéria! A matéria não pensa! Ela, a matéria, age e se relaciona para formar outras matérias, mas o mundo é uma abstração humana sobre as diversas matérias.
Nada existe, mas, dentro de mim, o tudo pode existir! Assim, o mundo é a ficção criada pela razão dentro do cérebro através do intelecto de cada homem. O mundo não é material, mas subjetivo e ideal.
Existir é uma ideia. Nada existe, mas existir é uma ideia de estar em ação no mundo. Porém, mesmo que eu não pense estar em ação, eu já estou a inferir no mundo, então já estou agindo. Não preciso pensar para agir. Para o meu intelecto, a ação é racional. Sendo que tudo que age, age por querer agir, mas o agir é material e consequente, não racional.
Eu não existo por pensar, mas eu penso por existir. Existir é pensar. Existir é ter a ideia de que existo. Mas mesmo que não pense que eu existo, eu já existo sem ter que pensar.
O que existe é a matéria! Nada fora da matéria existe! Nada existe além da matéria!
Em fim, tudo são ideias. Tudo são palavras. Tudo é um verbo do que pode 

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