Em função das férias, tenho podido estar mais vezes na igreja. Posso me dar ao luxo de ler a bíblia durante grande espaço de tempo, coisa que em tempos de grande volume de trabalho, não acontece.
Graças dou por isso!
Também, grande espaço de tempo, dá-se pra deixar o cérebro livre e, dessa forma, naturalmente, pensamos mais. Estive por esses dias refletindo sobre a organização das igrejas e sobre a liderança. Percebi que nossas comunidades religiosas sem exceção estão muito a quem do que realmente se espera, em relação à bíblia, de uma verdadeira liderança. Assim, fui tomado de uma grande sensação de necessidade de falar sobre esse tema e também de grande desejo de expor o que realmente se espera de um bom líder religioso!
Pretendo para isso, dar um parecer histórico apresentado na bíblia sobre a forma de liderar, passarei pela igreja nos primórdios, pela igreja na idade média, os reformadores e, por fim, a corja remanescente.
Como sempre em meus artigos, é necessário paciência e dedicação para lê-los, pois esse mesmo é meu objetivo, não fui chamado pra carregar mamadeiras, mas pra apresentar um alimento sólido e profundo das necessidades materiais do Reino de Deus!
Deus os abençoe e que possam influenciar suas comunidades a verdadeira e santa palavra de deus!
Obs.: Tive que escrever muitos artigos em terceira pessoa, nesse vou em primeira mesmo.
Introdução:
Converso muito sobre as necessidades materiais nas comunidades religiosas com os crentes da minha denominação religiosa e também com os de outras denominações. Sempre que isso se sucede, eles são taxativos e enfáticos em dizer que não existe igreja perfeita. Eu reconheço que não existe, porém não precisa avacaiá!
Quando olho as igrejas e numa visão material, não vejo uma única que esteja mais próxima do que a Palavra diz. Quando digo isso, os crentes dizem duas possibilidades, a primeira é que nem Jesus agradou a todos e a outra é que as deles sim é perfeita. Quem disser que sua comunidade religiosa é perfeita é só por duas coisas, a primeira é exagero de dogmatismos (que sempre confundem com fé) a outra é por extrema ignorância e falta de embasamento bíblico e sugiro a esses que leiam o capítulo 1 versículo 20 de apocalipse até final do capitulo três de Apocalipse.
Os lideres religiosos mandam e desmandam nas comunidades religiosas. Pensam que são autoridade máxima e chegam ao ponto de dizer que eles são os “representantes” de deus na terra e, sendo assim, podem mandar e desmandar e os fiéis são obrigados a obedecer.
Deixo claro que a minha bíblia não dá esse direito a líder religioso nenhum e, se assim o fazem, fazem contra a palavra de deus!
Porém se ficarmos em minhas palavras, será um simples discurso panfletário, porém, como a proposta desse blog é a clareza nas palavras e o máximo de embasamento bíblico e completa ausência de achismos, vamos a Palavra e tentaremos em conjunto botar pingos em is!
Obs.: eu acho que 99% dos pastores são mentirosos e o 1% os mentirosos abafam. Não há igreja se não a do Cristo, o que dera a sua própria vida às ovelhas.
As Revoluções
Pode ser que você, ao ler, pense que nada tem a ver começar esse texto com uma revolução política que ocorreu na França, talvez no final você entenda o aonde quero chegar.
Tudo acontece a partir da economia. Tudo é em função das nossas relações econômicas, dessa forma, a religião é conseqüência das nossas relações econômicas. A própria existência de deus é conseqüência das nossas relações econômicas. Deus não existe pra nós se antes não resolvemos nossos problemas econômicos. (com certeza muitos não concordarão, sugiro que pense um pouco).
Houve na Europa uma profunda revolução nos meios de produção, ou seja, nos mecanismos que os homens daquele lugar se valiam para adquirir sua sobrevivência. Essa transformação mudou consequentemente a relação social, a mentalidade da população, em fim, transformou a sociedade. Em conseqüência a essa transformação econômica, aconteceu a revolução política na França e na Inglaterra que por fim se alastrou a todo o mundo.
A transformação econômica nada mais foi que a introdução das relações capitalistas. O capitalismo transformou a sociedade e com ele, as relações políticas. Com o capitalismo foi introduzido na sociedade o anseio por liberdade, igualdade, fraternidade, democracia e acesso ao poder mediante voto.
Se a nossa sociedade se configurou dessa forma, porque as igrejas não se transformaram e ainda usam um modelo de organização política feudal e imperial?
Quando digo isso me refiro não a Igreja Católica que nasceu e se formou dessa forma, assim ela, ao usar esse modelo, faz pelo fato de ter nascido com ele e é natural que preserve, porém, os protestantes, os quais nasceram com os ideias iluministas e protestavam contra a Igreja Católica da época, porque saem de uma unidade religiosa e montam uma nova unidade, porém, do mesmo jeito. Como acontece na atualidade, montam-se igrejas como se montam botecos, porém, nunca mudam as coisas mais importantes em relação à denominação anterior.
As revoluções do século XVII e XVIII transformaram a sociedade, porém, as igrejas ainda ficam nas trevas.
O Início
“No inicio era o verbo/palavra, e o verbo era deus, e o verbo estava com deus...”
A bíblia se cala em relação a como se dava a adoração a deus com o homem fora do Jardim. A única menção que se tem é a de Gênesis no cap.4 e v.26 onde diz que após o nascimento de Enos, filho de Sete, começou a se invocar Javé.
Como se dava isso prefiro não opinar.
Os Patriarcas
Após o dilúvio a bíblia diz que só a família de Noah sobreviveu. O homem nesse momento não possuía a Presença de Deus sendo dessa forma, limitada a manifestação de deus na Terra. O homem não se comunicava com deus. Para adorar a deus, realizava sacrifícios de animais puros.
A sociedade nesse momento da história é distribuída pela terra em famílias ou clãs. No clã, o patriarca exercia o poder político e religioso. Em toda a face da Terra a sociedade se organizava assim, tanto os adoradores de outros deuses quanto os adoradores do deus a que supomos ser o verdadeiro.
A bíblia dá mais atenção a alguns dos Patriarcas: Noé, Tera, Abraão, Isaque, Jacó, Jó, Judá.
A partir de Noé, seus filhos e todos os primogênitos até Moisés foram patriarcas tanto do deus dos monoteístas como dos politeístas.
O filho era educado a obedecer ao Patriarca e acompanhá-lo até o fim ou até fazer a sua família e tornar-se um patriarca e seguir seu caminho.
O Governo Teocrático
Com o tempo, com o aumento da população, um líder religioso centralizava o poder religioso e político em si, porém com diversos patriarcas em sua responsabilidade. Foi-se desaparecendo a figura do Patriarca e essa organização social e política foi se moldando ao que chamamos de “família”.
O líder familiar exerce o poder político e econômico dentro desse pequeno espaço social, porém, é subalterno de outros lideres com poder político justificado pelo poder religioso. Ou seja, o poder religioso legitima o poder político.
Na bíblia vemos o governo teocrático com Moisés, Josué e os Juízes. O diálogo entre deus e os homens, a partir de Moisés, é através do Urim e Tumim.
Esse governo Teocrático, não acontece primeiro com o povo de Israel, mas já acontecia em outras sociedades da região do Nilo e da Mesopotâmia.
Em relação à administração Teocrática, como expõe a bíblia, era mais justo que as outras, pois deus é justo e ele mesmo administrava através de um líder levantado por ele em que depositava poder para legislar e recebia desse, o sacrifício.
O Sacerdócio Levítico
A partir de Levi, terceiro filho de Jacó, nasce uma das doze tribos de Israel. Os levitas não receberam parte na divisão de terras da região de Canaã, porém, deus os escolhera para cuidar do oficio sagrado. Eram divididos em linhagens e essas linhagens tinham funções especificas dentro do Templo e da sociedade. Os levitas eram os únicos que podiam realizar qualquer obra concernente ao Templo e JAVÉ. Se alguém tomasse a função sem ser levita, o tal poderia até morrer. Para ficar claro, os levitas segundo as suas linhagens, eram os únicos que poderiam tocar nas ofertas e nos dízimos, carregar a Arca do Concerto e Aliança, guardar a história do povo judeu, sacrificar e entregar as oferendas a deus, limpar todo o Templo, ungir o rei, guardar o Templo, ensinar e fazer cumprir a Lei entre os filhos de Israel e uma única vez no ano o Sumo Sacerdote, também levita, entrava no Santíssimo e oferecia sacrifício. Nenhuma pessoa de outra tribo poderia fazer essas coisas.
Os Juízes
Durante o período Teocrático os levitas desempenhavam as duas funções, política e religiosa, porém, sempre que algo acontecesse de errado, como não se tinha exército e organização bélica, deus levantava um Juiz que exercia a função de organizar a defesa da nação. Os Juízes mais conhecidos foram Gideão, Jefté, Débora e Sansão.
A Monarquia
Com o crescimento demográfico, cresce a dificuldade de legislar, assim é necessário que se distribua o poder e burocratize carda vez mais.
Nos primórdios, o povo judeu centraliza o poder em político e religioso no sacerdote, porém, com o crescimento da população o rei fica com o poder político e o sacerdote levita com o poder religioso.
A monarquia segue até o exílio babilônico.
No Exílio os judeus não podiam realizar todos os rituais que faziam antes em Jerusalém. Porém, nessa condição social e política, a religião judaica ou JAHVismo, passa por influencias do Zoroastrismo, religião babilônica. Ali nasce o que chamamos de Judaísmo.
Os lideres são os Escribas, que estudam a palavra e entregam aos judeus os ensinos da Lei. Na babilônia nasce uma nova forma de se viver que é descrito nos ensinos do Talmude Babilônico.
Não há rei, não há templo e não há Jerusalém! Onde está deus? Será que há a possibilidade de adorar fora de Jerusalém e sem o Lugar Santo? Esses questionamentos podem ser vistos nos escritos do profeta Ezequiel.
Setenta anos ficaram no exílio sendo 40 anos na Babilônia e 30 anos no processo de retorno a Jerusalém.
O retorno
Durante o processo de retorno a Jerusalém nasce duas figuras, Esdras (Ajuda) e Neemias (JAVÉ conforta). Esdras era escriba e sacerdote por ter linhagem sacerdotal. Ele era levita e da descendência de Eleazar filho de Arão, a única linhagem que poderia assumir o sumo sacerdócio, dessa forma ele, Esdras o assume quando fora reconstruído o Templo em Jerusalém e volta à adoração a JAH. Neemias, porém, mesmo sendo Governador abaixo de Artaxerses, não assumiu o Sacerdócio pelo fato de não possuir linhagem levitica, além de preservar pela ordem no culto a JAH, tirando todo e qualquer que não fosse judeu do templo e não permitindo que assumisse o sacerdócio quem não possuísse linhagem levítica.
A adoração a JAVÈ no Templo voltou em 516 a.c quando terminaram a reconstrução começada por Zorobabel em 538 a.C.
Momentaneamente com o Templo
Com o novo Templo, porém, sem a Arca da Aliança, símbolo da presença de deus entre os homens, os judeus continuam com a tradição sacerdotal levítica, porém, sob as ordens políticas do imperador em situação.
Os impérios são Babilônico, Assírio, Medo, Persa, Macedônico e Romano que em 70 d.c destrói o Templo que não mais foi levantado.
De 586 a.c seguem-se uma série de impérios que subjugam os judeus e estes não conseguem assumir autonomia política e econômica até o ano 1948 d.C. Israel ficou sob o domínio de outros povos e peregrinando pelo mundo.
Conclusão dessa primeira parte
Apresentei uma breve história política, social e religiosa do povo Judeu onde fica claro que a liderança deve ser levantada e mediada por deus. É fato que nenhuma liderança no velho testamento pode ser de profeta e sim, de Linhagens. Primeiro da linhagem hebréia depois abraãmica, israelita, levítica e judia(da tribo de Judá). Da linhagem hebréia nasce Abraão, da linhagem abraãmica nasce Israel, da linhagem israelita nascem Judá e Levi que dão a linhagem real a partir de Judá e sacerdotal a partir de Levi. Dessa forma fica claro que segundo o velho testamento, nenhuma pessoa pode assumir uma determinada função se não tiver linhagem.
Aqui saliento que nenhuma lei do Velho Testamento pode ser tomada sem o seu todo. Só é santo aquele que cumpre toda a Lei! Se cumprir toda a Lei, mas tropeçar em uma vírgula, esse é digno de morte!
Na atualidade muitos pastores tomam algumas leis do velho testamento, porém deixam as outras. Se um pastor diz que deve entregar dízimos que é uma lei do Velho Testamento, esse pastor ou líder religioso, para colocar a sua mão nesse dizimo, deve ter linhagem sacerdotal! Se um líder religioso manda guardar o sábado, esse deve também festejar o Grande Sábado em Jerusalém e lá, comer a Páscoa e ficar durante sete dias comendo pães ázimos.
Percebemos a impossibilidade de nos dias atuais, nós Gentios adotar alguma lei do velho testamento, porque nunca conseguiremos cumprir em totalidade.
Segunda Parte
A liderança na atualidade
A Igreja Católica
A Igreja Católica Apostólica Romana ou a Ortodoxa nasce no Império Romano com maior expansão através de Constantino que coloca o cristianismo como religião oficial. Os cristãos adotam costumes Germânicos, Romanos e Judeus em seus cultos. A Igreja católica nada mais é que um sincretismo religioso das religiões desses respectivos povos. Essa instituição preserva até a atualidade muitos de seus primeiros costumes.
Quanto à liderança, a figura do Papa traz o costume desses três povos: O Líder Germânico que centraliza o poder para vencer a Guerra ou o Papa que centraliza o Poder para vencer a Guerra espiritual entre JAH e Satanás; O Imperador Romano que é deus e por isso merece adoração e o Papa que foi escolhido por deus para orientar as ovelhas; o Sumo Sacerdote Judeu, única mediação entre homens e deus.
A Igreja Protestante
Toda mudança mental acontece após uma mudança econômica e geográfica. Não há mudança nas idéias sem uma mudança na estrutura de aquisição de alimento! A partir dessa Lei, é questionável toda a idéia de “revelação” divina nas organizações religiosas. A igreja protestante nasceu não de uma igreja corrupta ou outra coisa qualquer. Tudo o que os reformadores disseram foram simples floreios para a crueldade das relações sociais e econômicas.
As igrejas protestantes só nasceram em função do renascimento do comércio e das cidades, além da criação das indústrias, sem essas mudanças na estrutura econômica da Idade Média, toda a atitude reformadora não adiantaria.
Todas as bruxas e os hereges que morreram nas fogueiras da inquisição, nada mais eram que reformadores.
No século XIV com as revoluções econômicas que se deram naturalmente durante o que chamamos de Idade Média, fez com que o homem mudasse sua forma de adquirir seu alimento, dessa forma, mudaram as relações econômicas e o processo de trabalho. Mudando o processo, mudam-se também as relações sociais no trabalho que estende para as relações sociais em todos os ambientes da sociedade. Ao mudar as relações econômicas e as relações sociais, mudam-se as relações sociais com o sagrado, o metafísico, o I-Real.
Nasce uma nova mentalidade religiosa onde os ideais iluministas e as idéias do renascimento criaram uma contradição no interior da Igreja. Ao não conseguir conter as contradições, nasceu um novo modo de adoração, o Protestantismo.
Saliento que não foi uma revelação divina ou outra coisa qualquer a não ser, uma mudança na estrutura econômica! Lutero e Calvino com a série de reformadores só viviam em novas relações econômicas e precisavam de uma nova forma de opressão. Uma forma nova de dominação mental da sociedade através do sagrado e de uma nova forma de dar unidade e conter revoluções sociais.
É fato que muitos não aceitarão o texto anterior, porém, é real o que digo. Toda transformação tem sua gênese na estrutura econômica e legitimação na estrutura política e só assim, a disseminação na estrutura social!
Os protestantes estão numa estrutura econômica capitalista onde o que domina é a lei da oferta e procura e a lei da propriedade privada. Nessas relações econômicas aparece uma relação social em torno do sagrado onde qualquer pessoa que possua um carisma pode abrir uma igreja, mesmo que não tenha iniciado na determinada religião.
Os pastores protestantes podem abrir e fechar uma determinada igreja quando bem entenderem. Assim aparece a lei de oferta e procura onde, quem não se satisfaz com uma determinada doutrina que, geralmente está em desacordo com a Palavra, devem procurar uma nova denominação ou devem estar submissos por que o determinado líder religioso fundou a denominação.
Sempre que surge um determinado questionamento sobre as práticas religiosas e sua relação social e política, quando um determinado líder religioso não possui argumento para o posicionamento de algum herege ou (como prefiro) profeta, eles usam o princípio da imanência:
Deus me “ungiu” para essa função! – saliento que esta é uma tremenda inverdade!
Porém, como deve ser a organização eclesiástica no Novo Testamento? Como deve ser um bom líder? E quem pode ser um líder religioso na atualidade (nesse ponto, deixo claro que o Novo Testamento deve ser analisado socialmente).
Para começo de conversa...
No novo testamento toda a comunidade são sacerdotes, não havendo distinção. Todos podem achegar a deus não havendo a necessidade de mediadores. Então, dessa forma, nenhum líder religioso do cristianismo pode oprimir qualquer fiel a realizar algo que não queira fazer. Outro detalhe é que os lideres religiosos não são superiores a ninguém, mas inferiores aos demais, pois esses estão na determinada função como servidores e não como opressores, como acontece em nossa atualidade.
Nenhum líder no novo testamento é ungido, pois só existe um Ungido e esse é o Ungido de Deus ou Jesus o Justo e Cristo. O líder religioso é escolhido e, sobre ele, impõe-se as mãos.
Quem pode ser um líder religioso na atualidade?
As Cartas Pastoris escritas pelo Apóstolo Paulo deixa claro sobre esses detalhes. Nas cartas a Timóteo e Tito Paulo deixa claro que pode ser um líder religioso.
Em nossas comunidades só existem dois tipos de lideres, é fato que muitos gostam de inventar nomes ou usar suas variações, exageros estes: Bispo, Missionário, Profeta, Obreiro, Cooperador, Evangelista, Levita, Apóstolo e Pastor com seus feminismos. Quanto às mulheres, em relação à sociedade onde foram escritas as cartas paulinas e toda a bíblia, é possível constatar que a mulher não pode assumir nenhum cargo ministerial na igreja, sendo, a menos que vá profetizar, deve ficar calada na igreja. Ao homem foi dado o ofício sacerdotal! Porém, como em nossa estrutura econômica a mulher reivindicou e conseguiu o direito de participar da economia e da política ela pôde passar a exercer funções sociais. Ou seja, a mulher só fala na igreja e assume funções sacerdotais, as quais foram dadas aos homens realizar, por que ela trabalha e pode participar das contribuições na igreja. E nesse ponto, é oportuno dizer que em nossos tempos as mulheres contribuem muito mais que os homens, sendo elas a cuidarem da Casa e de alimentos em momentos festivos e, ainda assim, dão contribuições financeiras. Na igreja primitiva, as mulheres eram diaconisas, porém essa não é uma função de grande prestigio na igreja.
Outra nomenclatura que se usa muito é Bispo, porém, Bispo, Presbítero e Ancião possui o mesmo significado. Eu não me conformo quando entro em alguma denominação que tem diferenciação entre as pessoas que tem esses cargos, sendo esses, cargos distintos. A Igreja Católica coloca o Bispo como orientador de muitos Padres o que não há impedimento para que aconteça, mas, sabendo que o Bispo nesse caso é um orientador de muitos bispos ou padres (pais). Esses três cargos distintos na verdade são os mesmos, são os coordenadores de igreja, havendo uma única diferenciação quanto ao Ancião, que é um Bispo ou Presbítero, porém com já grande tempo de vida.
Outro equívoco é quanto ao Apóstolo. Não há apóstolo! A palavra apóstolo significa “Mensageiro”, dessa forma, todos devemos ser apóstolos do Cristo e do Evangelho, porém, Apóstolo é um termo específico com alguns atributos. Um Apóstolo deve ser grande conhecedor do Judaísmo, ter realizado milagres e ter convivido ou visto Jesus e dele ter recebido alguma mensagem e incumbência. Mas, em nossos dias encontramos Apóstolo que não conhecem nem o Novo Testamento, ainda mais ter conhecimento do Judaísmo; Não tem nem 30 anos e como conviveram com Jesus. Equívocos!
Evangelista é outro termo que não existe. São evangelistas todos os que receberam a Mensagem do Evangelho e a propaga. Jesus comissionou a todos. Todos devemos Levar a Mensagem do Evangelho e, portanto, não há diferença ministerial!
Obreiro e Cooperador também são cargos que não estão na bíblia, mas podem ser usados na igreja como subdivisão do cargo de Diácono.
Missionário não existe como cargo ministerial! Missionário é uma atitude. Missionário é uma função momentânea. Quando o Missionário termina sua missão já não é mais missionário, ou seja, quando o indivíduo volta a sua terra ele não é mais um missionário e sim um que “fez missão” em um determinado território.
Profeta também, como Missionário, é um estado, um momento. Ao terminar a profecia o profeta é um comum.
Os músicos na igreja em muitos casos nem são músicos. Muitos nunca estudaram música e quase todos não possuem formação em música. Nunca serão levitas por que não possuem linhagem levítica. Não são Judeus, ou seja, não são nada! (muitos irão me questionar quanto ao “nada”, hehehe, a maioria quer ser maior que João Batista)
Quais são os Cargos Ministeriais?
Em nossos tempos só podem existir dois cargos ministeriais! Presbítero e Diácono.
Presbítero é o coordenador da casa e da Palavra. Existem alguns tipos de presbíteros, mas todos quanto à palavra. Um presbítero DEVE ser bem instruído na Palavra. Há presidentes, doutores, mestres e ensinadores. É certo que em nossos dias, há pessoas que possuem o cargo ministerial, mas não são ministros, pois não recebeu de deus a habilidade para ministrar. Há muitos que deveriam ser diáconos, mas ocupa a função do presbitério, outros são presbíteros e nem são membros. Não são aceitos pelas comunidades e pelos lideres de fachada.
O Pastor é nada mais que um Presbítero que possui a habilidade de presidir. Nem sempre o Pastor é um ensinador ou doutor, talvez é só um habilitado por deus para presidir, mas não possui habilidade para ensinar ou pesquisar a palavra.
Devemos detectar na igreja a distribuição dos dons, para usarmos da melhor maneira possível. Um dom é uma habilidade expansiva, então é fácil detectar na igreja quem possui as habilidades, porém, essa geração de pastores de fachada é muito burra e gananciosa para permitir o Espírito, assim, extinguem o Espírito de sua própria casa!
Como deve ser a organização eclesiástica no Novo Testamento?
Isso é simples!
Deve haver o Pastor, ou seja, o administrador da Igreja e os Presbíteros, os quais orientam o Pastor nas diversas áreas. O Presbítero deve tomar conta do Estudo Bíblico e de sessões de aprofundamento bíblico, onde a pesquisa sistemática em grupo deve ser feito. Deve também discípular os novos conversos e orientar toda a casa em conjunto ou individualmente, quanto a dúvidas concernente a Palavra. Deve observar todas as reuniões para detectar qualquer manifestação contrária dentro da denominação e cuidar para nenhuma palavra contrária a Palavra seja proferida na Igreja durante os cultos e reuniões públicas. Se houver, deve-se julgar os espíritos para ver se são de deus e com sabedoria e amor, agir da melhor forma, ou seja, pelo Espírito. Deve também orar para abençoar as pessoas e orientá-las em questões pessoais.
Deve haver uma outra classe de pessoas que são os Diáconos os quais são responsáveis para servir os demais. Se uma determinada pessoa recebe o dom da caridade, esse cuida da Assistência Social da Igreja. Os Diáconos se envolvem com todo o trabalho material e braçal da igreja. Recolhimento de ofertas e alimentos. Limpeza e disposição da Casa. Manutenção de todo utensílio da casa.
Como deve ser um bom líder?
Um líder deve ser:
I Timóteo 3:1-13:
Presbíteros:
“ESTA é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. 2 - Convém, pois, que o bispo/presbítero seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 - Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; 4 - Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia 5 - (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); 6 - Não neófito(novo na conversão), para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. 7 - Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.”
Diáconos:
“8 - Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância; 9 - Guardando o mistério da fé numa consciência pura. 10 - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 11 - Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12 - Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas. 13 - Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.”
Essa é a orientação de Paulo a Timóteo, porém, hoje, inventam-se diversas teorias de como deve ser um bom líder: Ser dizimista, Ser batizado com o Espírito Santo (nesse caso querem dizer, falar em línguas que ninguém entende), Ser de Oração, Ser ungido, Ser fogo puro, Possuir carisma com os jovens, Ter Carro, Ganhador de Almas, Ter curso de teologia, Ter curso superior, etc.
Nenhuma dessas é importante para um bom líder, tirando o “ser dizimista”, são interessantes, são interessantes, mas não fazem um bom líder! Paulo já especificou as necessidades e eu prefiro imitar a Paulo, o precursor do evangelho e comissionado pelo Mestre a seguir teorias loucas e fajutas de pastores medíocres que não leem a Palavra.
Conclusão:
Acredito que, pela Graça, consegui expor como deve ser um líder e os equívocos na atualidade quanto aos cargos ministeriais dentro das nossas comunidades eclesiásticas. Há vinte e um anos freqüento uma comunidade religiosa. Há dez anos analiso criticamente as igrejas cristãs protestantes. Há oito anos desci às águas do batismo. Nunca encontrei uma única comunidade religiosa que lideram com perfeição a obra de deus. Os lideres que conheci são Ditadores e Péssimos Leitores da Bíblia. Não conseguem discernir entre Novo e Velho Testamento e inventam as mais variadas doutrinas sem o menor fundamento Bíblico.
Mas isso acontece para que ninguém se sinta merecedor dos céus sendo a salvação pela misericórdia de deus e pelo sangue de Jesus.
Devemos suportar os fracos e atacar as péssimas lideranças expondo na Palavra, como deve portar-se um verdadeiro líder principalmente em nosso sistema político, social e econômico. Se vivemos em uma Democracia com liberdade de expressão, devemos ter esse modelo também em nossas comunidades, havendo a participação de toda a comunidade em tudo o que se refere a questões econômicas e eclesiais.
Portanto, nossos lideres religiosos não podem ser como descrito em Jeremias 23, mas devem ser bons pastores e procurar dar sua vida pelas ovelhas, mesmo que não consigamos, devemos pelo menos amarmo-nos como o Mestre nos amou e portarmos com caridade com todos, principalmente com os domésticos da fé.
Graça e Paz. YaleluiJAH!
Obs: ajudem-me em orações. Está difícil congregar. “A hora é já! Os verdadeiros só conseguem adorar em Espírito!!!”
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